domingo, 16 de agosto de 2015

Nano Componentes em Pedais de Efeitos



Nos últimos anos temos percebido uma invasão de equipamentos cada vez mais pequenos, finos, velozes e eficazes como TVs, celulares, aparelhos de som e vídeo games, e não poderia ser diferente com os pedais de efeitos.

Para a indústria além da produtividade melhor, a economia também passa a ser um detalhe primordial a ser considerado nos tempos atuais, tendo em vista que praticamente todo o processo de montagem do circuito passa a ser mecanizado.

Com a Técnica de Montagem em superfície (SMT-Surface Mounting Technology) e utilizando componentes ultra-miniaturizados para montagem em superfície que chamamos de SMD - Surface Mounting Device, a montagem automatizada ficou muito mais fácil.

Por outro lado devemos considerar que uma vez montado o circuito, dificilmente um técnico poderá consertar uma placa com defeito efetuando a troca de componentes, pois seu acesso de trabalho é difícil, o que abriria a possibilidade grande de se danificar definitivamente a placa, ou seja, compre um novo !

Pedais que antigamente eram demasiadamente grandes, passaram a ter até menos que a metade do seu tamanho original, e com a promessa dos fabricantes da manutenção do timbre.

Mas será mesmo que toda essa revolução nos componentes não influenciaram no som ?

Porque tantos cultuam os componentes vintage ?

O que há de verdade e mito por trás de toda essa polêmica ?

A miniaturização na eletrônica iniciou-se com a era dos transistores, que vieram com a proposta de substituir as válvulas e seus gigantescos tamanhos. Seu reduzido tamanho, baixo consumo e rapidez nas respostas, decretou praticamente a morte num determinado tempo das válvulas, até mesmo para os músicos, que durante um período não se importaram em trocar seus amplificadores valvulados pelos modernos e leves amplificadores transistorizados.

O baixo custo de fabricação dos transistores em comparação às válvulas fez com que o sua produção crescesse e definitivamente ganhasse o mercado.

Mas o que é um transistor ?


Transistor é a maquina que nos permite operar os códigos binários, executar tarefas lógicas binárias (1 0 1 0 0 0 1), funcionando como interruptores de voltagem.

Na década de 70 os transistores eram grandes, pois ocupavam uma área grande de silício e o seu dielétrico de porta (Isolante) tinha que ser grosso.

Nos tempos atuais um transistor básico tem a medida de 30 nanômetros o que corresponde a 1 décimo de milésimo de um diâmetro de um fio de cabelo.

Um componente importante no transistor é o dielétrico de porta, que entre outras funções serve de isolante elétrico interno do transistor, e sua propriedade isolante depende muito de sua espessura, portanto, quanto menor o transistor, menor deverá ser seus componentes.

A espessura de um dielétrico de óxido de carbono de um transistor antigamente era de em torno de 3 nanômetros, atualmente é na ordem de 1.2 nanômetro, o que é aproximadamente um material de não mais de entre 6 à 10 ligações de elementos químicos, portanto muitíssimo fino.

Um fato importante nesse nano universo é que um mesmo material com quantidade de átomos deferentes produzem respostas diferentes, ou seja um dielétrico de óxido com 6 átomos responde diferente de um dielétrico de óxido de 20 átomos apesar de serem do mesmo material.

À medida em que se vai diminuindo o tamanho do transistor consequentemente se deve diminuir os seus componentes, e a cada redução no seu tamanho implica em uma quantidade mais fina de dielétrico chegando a tal ponto que esse material perde sua função isolante, pois se torna tão fino que não passa a ter moléculas suficientes para isolar a energia corrente no transistor.

A solução das indústrias é encontrar um novo material que nas novas espessuras executem a função de isolante. Novos materiais, novas respostas.

Onde chegar com toda essa explicação ?

O que quero mostrar é que assim como os transistores, os capacitores que atuam como retentores de cargas e filtros dentro de um circuito, também possuem dielétricos isolantes, inclusive esses materiais dão nome ao tipo de capacitores.

Atualmente os mais comuns são: Capacitores eletrolíticos, Tântalo, poliéster e cerâmico.

Utilizar vários tipos de dielétricos é necessário, pois cada tipo de material tem sua limitação de isolamento, sendo assim alguns não conseguem executar suas funções limitando-os à valores de capacitância e voltagem.


Quase todos sabem que um determinado capacitor ou um determinado valor de capacitância ligado ao controle de tonalidade da sua guitarra, pode alterar o seu timbre, o que todos não sabem é que o material de isolamento de cada capacitor pode alterar sim a resposta no corte de frequência, alterando assim o timbre na resposta, mesmo que esses capacitores tenham o mesmo valor de capacitância, simplifico: um capacitor de Tântalo de 0,22uf responderá diferentemente de um capacitor de poliéster de 0,22uf mesmo que possuam o valores idênticos de capacitância.


Certamente alguns de vocês já viram mesmo que por fotos as ligações de uma guitarra original Gibson, note o tipo de capacitores estão sendo utilizados, são capacitores vintage, compare uma Epiphone americana, observe que os capacitores são atuais e modernos.

E o que isso tem a ver com as influências nos nanos componentes ?

Como já disse anteriormente quando se diminui o tamanho dos componentes é necessário se diminuir os materiais que compõem essa peça, o que leva a se utilizar às vezes novos materiais isolantes, pois nesse novo tamanho já não se é possível utilizar o material isolante original.


Minha pergunta então é: “Mudando o material isolante de um capacitor não vai alterar a resposta em relação ao original ?”




3 comentários:

  1. Muito legal tom, eu vi esses vídeos a algumas semanas atrás para justamente escolher qual tipo de capacutor usar na minha strato, e acabei escolhendo um cerâmico vintage que deixou o som da guitarra muito legal, muito boa a matéria. Parabéns.

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